
Em Nome do Mal
Tudo começa quando o Inspetor-Detetive Anthony McLean está andando pelas ruas de Edimburgo, Escócia, à noite como geralmente faz só que desta vez algo chama sua atenção. Há uma cena policial em uma das casas no bairro onde mora, logo McLean pensa que poderia ser alguém que conhece, com isso decidi parar para olhar e quem sabe ajudar na investigação.
Logo que chega percebe que o caso foi dado para o Inspetor-chefe Duguid, o qual não tem uma espécie de relacionamento saudável, mas mesmo assim entra na casa, pois não o viu em nenhum lugar. Chegando ao escritório encontra Angus, o médico legista, McLean fica feliz em vê-lo porque além de ser um grande amigo, também é um ótimo profissional. Então Angus lhe diz que a pessoa que morreu foi Barnaby Smithe, um senhor de 80 e poucos anos, famoso por seu trabalho e por sua fortuna. Mas antes de morrer teve o abdômen aberto e revirado, antes de receber o golpe de misericórdia na garganta, mas como se isso não fosse o suficien-
suficiente teve um pedaço do pâncreas cortado e colocado dentro de sua boca.
McLean fica chocado com a brutalidade do assassinato, mas logo Duguid o expulsa da cena do crime alegando que Tony queria roubar sua glória. Com isso McLean segue novamente para onde estava indo e no outro dia recebe um caso só seu, onde um corpo foi encontrado em uma mansão que estava passando por reformas.
Quando chega à cena do crime, descobre que uma parede do porão foi derrubada durando a reforma e revelando uma sala secreta. Nesta sala há um corpo mumificado, em perfeito estado de uma adolescente de aproximadamente 16 anos dentro de um círculo marcado no chão, mas o que mais choca foi à forma como foi encontrada: com as mãos pregadas ao chão, as pernas abertas, o rosto marcado eternamente em um grito de horror e seu abdômen completamente aberto, mas sem nenhum órgão interno.
Logo McLean encontra recipientes com seus órgãos escondidos ao longo da sala circular dentro das paredes, em potes de vidro e com algum pertence do assassino, como uma abotoadura de ouro com um rubi, entre outras coisas. Tony fica espantado em como ninguém nunca havia descoberto aquela sala, mas logo entende que a mansão ficou intocada por mais de 60 anos, o mesmo tempo que a garota estava morta no porão.
McLean fica frustrado com o fato de que provavelmente o assassino já está morto, pois isto aconteceu logo depois da segunda guerra mundial, mas nem por isso o faz desistir de resolvê-lo. Infelizmente este caso é empurrado para o canto conforme outros assassinatos parecidos com o de Barnaby Smithe começam a acontecer, suicídios horríveis e roubos a casas com alarme, mas que de alguma forma nunca disparam. Tudo isso está interligado de alguma maneira, mas como?
O que dizer sobre o livro?
Simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO! Foi um livro que me surpreendeu o tempo todo e nunca sabia o que iria acontecer quando dobrasse a próxima página. Isso sem mencionar a forma hipnotizante que James Oswald escreve, fazendo com que entrássemos no livro e vivêssemos o que estava contado. Muitas vezes me senti ao lado de McLean em alguma cena de crime e devo confessar que algumas vezes me vi fazendo cara de nojo junto com ele durante as autópsias.
Sinceramente incrível, apesar de não ter gostado muito do final do livro, acho que não fez jus a estória que criou, mas isso não faz com que esqueça tudo o que construiu e a forma bela com que narrou. Virei fã da sua escrita e dos personagens, alguns nem cheguei a citar durante a resenha, mas dois conquistaram meu coração, um deles é Angus o médico legista e Bob Rabugento. Na minha humilde opinião foram os que mais gostei durante a estória, por diversos motivos: Angus é engraçado de uma forma mórbida e Bob Rabugento é simplesmente demais, um grande parceiro e muito engraçado também.
A estória é contada na terceira pessoa e em algumas partes temos a visão dos suicidas, o que fez a narrativa ter um balanço interessante. Esse pequeno toque fez com que eu ficasse com ainda mais dúvidas de quem era o assassino e o porquê do ritual satânico na pobre menina, mas não se preocupem tudo começa a fazer sentido perto do final. Algumas perguntas leves ficam soltas no ar também, mas não fiquei preocupada com isso, pois logo descobri que este só é o primeiro volume de uma série.
Para finalizar a estória originalmente era um conto, mas James participou de uma espécie de premiação de escritores onde a melhor estória seria publicada. Agora não me recordo de isto aconteceu com James, mas ele foi obrigado a fazer o conto virar livro para participar, e no meio desse processo ele retirou o primeiro capítulo original. Este foi tirado porque era extremamente brutal, mas você consegue encontrá-lo no final do livro como um “bônus”, que é contado pela visão da vítima do ritual então se prepare para cenas muito desagradáveis dela narrando tudo o que aconteceu antes de sua morte. Foi um capítulo que gostei muito, apesar do peso emocional.
Antes de terminar uma dica: se você não tem estômago forte para ler sobre cenas detalhadas de mortes, então não leia esse livro, pois um dos pontos fortes de James são os detalhes minuciosos que pode fazer toda a diferença na narrativa, como pode te deixar extremamente enjoado.