

Mago Aprendiz/Mestre
Essa estória é contada na terceira pessoa, mas foca mais em alguns personagens principais, entre eles Pug, que é um órfão do castelo de Crydee que pertence ao Reino de Midkemia. Pug está com 14 ou 16 anos – agora não me recordo à idade correta – e quando se chega nesta idade há uma Escolha, onde todos os meninos do castelo serão escolhidos como aprendizes. Tomas – que é melhor amigo de Pug – quer ser soldado, servir ao reino, assim como seu irmão adotado. Ambos estão ansiosos para esse dia, mas quando finalmente chega, Pug não é escolhido por ninguém e seu sonho de se tornar soldado junto a Tomas é desfeito. Isso sem falar, que se não for escolhido terá que sair de Crydee e ir para outro castelo, tentando ter a sorte de ser finalmente aprendiz de alguma profissão. Mas quando tudo parece perdido, Kulgan – o mago do castelo – o escolhe como aprendiz, pois viu nele há alguns dias atrás um pequeno potencial para a magia. A partir desse momento Pug inicia suas aulas, mas acaba logo percebendo que não leva jeito e que por mais que se esforce, só consegue fazer pequenas coisas.
Um tempo depois a princesa de Crydee decide dar um passeio fora dos muros do castelo, e escolhem Pug para lhe fazer companhia e guarda – algo que achei absurdo –, mas mesmo assim é o que acontece. Nesse passeio são atacados por um globin, uma espécie de orc gigante, e Pug consegue salvá-los ativando a magia que não conseguia. Duque Borric, o pai de Carline, se sente na obrigação de recompensar Pug por ter salvado sua filha e o nomeia escudeiro.
Se passa mais um tempinho quando Pug e Tomas ouvem dizer que uma embarcação quebrou nos rochedos do rio de Crydee, então eles saem correndo e vão ver o que aconteceu. Duas crianças curiosas que só querem conseguir alguma coisa da embarcação para si, então, quando chegam lá encontram o navio quase todo quebrado e corpos mortos nos rochedos. Ambos entram no navio, onde Tomas encontra uma espécie de porcelana e Pug um pergaminho com magia. Eles conseguem sair da embarcação antes
que afundasse, mas encontram um dos soldados que aparentemente estava morto vivo, falando uma língua estranha e vestindo roupas coloridas demais, algo que eles nunca viram no Reino. A comitiva do rei chega a tempo e o leva como refém; com o passar do tempo eles descobrem que ele não é de nenhum lugar do Reino e que tudo indica veio de uma dimensão paralela.
O que dizer sobre o livro?
Simplesmente torturante. É sério gente! Eu consegui sentir uma mescla de “preciso saber o que vai acontecer” com “eu não aguento mais ler isso!”. A maior parte da leitura foi forçada, só para saber como iria acabar e devo dizer que não gostei desse livro, apesar de ser uma estória muito rica, mas mal desenvolvida.
Houve certas coisas que eu já sabia que iria acontecer, então não tive quase surpresas durante a leitura; os personagens não foram bem construídos, às vezes confundia as crianças, não sabia quem era o Pug falando ou o Tomas; a forma de escrita do autor é muito cansativa e monótona; e principalmente, o maior erro dele foi não saber desenvolver a estória.
Sua imaginação foi incrível, criando um conflito entre dois reinos que nunca se viram, em dimensões diferentes e com culturas completamente divergentes. Não posso me esquecer dos mapas, também de ambos os reinos e suas próprias intrigas internas, apesar de eu ter achado muito mais interessante o lado de Kelewan – que é o reino invasor –.


Kelewan foi interessante por vários aspectos, por exemplo, eles são muito nobres então morrer servindo o reino como animais é a forma mais honrosa de partir, chega a beirar a loucura, além de terem uma forma completamente diferente de reinar e de sucessão ao trono. As coisas do lado de lá são muito mais complexas e estranhas, por serem coisas que nunca vimos por aqui e esse foi um ponto forte do livro.
Em compensação, o porquê estava invadindo Midkemia não foi um ponto tão interessante, nem a própria intriga interna do reino. Achei que seria algo muito mais profundo e complexo, e se mostrou algo até bem simples de solução. Mas no modo geral não foi uma estória que agregou algo na minha vida, apesar de que a matéria prima da obra foi extremamente incrível, mas que não soube ser lapidada até seu final.
Os dois primeiros volumes dispostos nas fotos acima eram originalmente um único, por isso li até o Mago Mestre, para saber como o “primeiro volume” iria terminar e decidi parar por ai, apesar de ter mais dois outros volumes. Como disse, não foi algo que me prendeu do início ao fim, apesar de ter gostado do Mago Mestre pelo fato dos personagens principais não serem mais crianças e sim adultos, e isso fez total diferença na estória.
Mas se quiserem arriscar em ler essa obra que tem muita coisa de jogos de RPG, recomendo para quem gosta do gênero – apesar de eu gostar e muito! –. Ah! Não posso esquecer também que um grande erro meu foi comparar essa estória com Guerra dos Tronos, até porque ambos são extremamente diferentes, então não façam isso se decidirem ler. Boa sorte!